quarta-feira, 4 de agosto de 2010

e o que eu sempre tive medo que acontecesse durante uma vida inteira, aconteceu em 4 meses. eu sei melhor que ninguém o quanto eu não me dou bem com essas coisas, mas como uma boa menina teimosa, ignorei a parte que eu tenho certeza de que não nasci pra isso. eu nunca sequer tentei fazer dar certo nada na minha vida quando havia sentimento envolvido... até exatos 110 dias atrás.
sabe o que é você ver assim, parado na sua frente, tudo o que você sempre quis? eu sei. tudo bem que veio de brinde uma carinha de bobo, o jeito desastrado com as palavras e a mania de querer mandar em tudo. mas por baixo de todas as coisas que eu sempre detestei tem o abraço confortável, o sorriso que te recebe, a cumplicidade que todo mundo quer, as brincadeiras de segunda série e o carinho que você sempre sonhou receber.
os olhos puxam os meus de uma tal maneira que eu não consigo resistir. o furinho no queixo me deixa tão boba que eu não vejo por que me esconder. o sorriso é um convite irrecusável, as bochechas são as coisas mais mordíveis do mundo e claro, as mãos... as malditas mãos que se encaixam perfeitamente nas minhas. e foi justo nesse encaixe que inventei de depositar meus sonhos, dividir meus medos e tentar a primeira (e única) vez na vida me 'deixar levar'... duas palavras ridículas que eu sempre excluí de tudo ao meu redor. me deixar levar aonde? por quem? pra quê? nem eu mesma sei, e por incrível que pareça meu medo é justamente esse: descobrir.
é tão novo e tão velho, é tão 'primeira-mão' e tão clichê. é doce, amargo. é simples e complicado. é tão inexplicável que dessa vez eu vou, sim, me deixar levar. vou descobrir tudo o que eu puder... foda-se o medo, foda-se os finais tristes e foda-se tudo aquilo que vier para atrapalhar. se amanhã de manhã não for isso, se tudo o que eu escrevi nesses 110 dias for em vão e se tudo der errado como sempre dá, eu vou poder olhar pra trás e dizer com muito orgulho: eu tentei, eu me dei uma chance... eu fui feliz.

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