sexta-feira, 2 de julho de 2010

27/06




Eu escancarei a porta do carro (ridiculamente ansiosa ), olhei rápido, atravessei a rua e lá estava ele, meu milagre pessoal. Meu coração, parecia qualquer outra coisa de tão rápido e forte que batia, minhas pernas.. Ah, minhas penas, tremiam de verdade, como poucas as vezes havia tremido, meus olhos acompanharam suas feições: o redondo do queixo, a curva suave dos lábios cheios – agora retorcidos num sorriso -, a linha reta do nariz, o ângulo agudo das maças do rosto…
Deixei os olhos para o final, sabendo que, quando olhasse dentro deles, talvez perdesse o fio do pensamento. Eles eram grandes, calorosos como ouro líquido, e emoldurados por uma franja grossa de cílios escuros. Olhar seus olhos sempre fazia com que eu me sentisse extraordinária - como se meus olhos tivessem virado esponja. Eu também ficava um pouco tonta, mas isso devia ser porque eu me esquecia de respirar.
De novo.

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