segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Outro dia acordei enrolada em lençóis e lágrimas, levantei, encarei o espelho e não me reconheci.
Faltava o meu sorriso. O sorriso característico que frequentemente habitava os meus lábios, mas que por sua causa, havia sumido.
Meu rosto inchado em parte por sono em parte por choro, exibia uma face que eu nem mesma queria encarar.
Durante alguns minutos que eu perdi no tempo, tentei manter meus olhos fixos naquela imagem, tentando em vão encontrar similaridade entra ela e eu. Nada.
Lavei o rosto e fiz um chá quente. Estava calor, mas não me importei com isso.
Reli algumas cartas suas, busquei fotografias perdidas pela casa enquanto o gosto doce do chá persistia no paladar.
Encontrei 'registros' nossos. Minha vontade inicial foi chorar, e chorei.
Nunca me nego a vontades.
Chorei como uma criança abraçando papéis. Depois a minha vontade era queimar, e pela primeira vez, me neguei a vontade. Coloquei tudo em uma caixa e tranquei em algum lugar pela casa. Resolvi te esquecer.
Seguir em frente.
Prometi pra mim que não mais me negaria, não mais choraria e não mais sofreria.
Dei um passo em falso pra cruzar a ponte, quando notei sua segurança, resolvi seguir em frente.
Vou atravessar a ponte, agora tenha outra mão me ajudando. Um que não é a sua, mas que eu vou segurar forte e não olhar para trás.

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